A invasão às sedes dos Três Poderes em 8/1 colocou à prova o sistema de Justiça. Decisões do STF geraram condenações e acordos, mas também críticas de “supremacia judicial”. Este texto apresenta dados, contrapontos e fontes para reflexão.

Relator dos processos

Em 8 de janeiro de 2023, grupos invadiram e depredaram as sedes do Congresso, do Palácio do Planalto e do STF, em Brasília. O Supremo assumiu protagonismo nas investigações e nos julgamentos penais, em cooperação com a PGR e a PF. As decisões produziram centenas de réus, condenações em plenário e acordos penais, enquanto cresceu o debate sobre limites e legitimidade da atuação do Tribunal.

Contesto dos ataques

Os ataques ocorreram uma semana após a posse presidencial, em meio a narrativas infundadas de fraude eleitoral. No dia dos fatos, o ministro Alexandre de Moraes determinou prisões e medidas de preservação de provas, com base em inquéritos já abertos sobre atos antidemocráticos. Em 2023 e 2024, o STF recebeu denúncias da PGR, abriu ações penais e realizou as primeiras condenações no plenário. Paralelamente, a CPMI do 8/1 no Congresso produziu um relatório apontando falhas na segurança e articuladores dos atos. A resposta estatal envolveu ainda a PF, a AGU (em ações civis para ressarcimento de danos) e o GDF.

invasão das sedes dos três poderes

O que dizem os dados

De acordo com um relatório do STF, até setembro de 2025, 898 pessoas foram responsabilizadas por atos antidemocráticos relacionados ao 8 de janeiro. Destas, 371 foram condenadas a penas que variam de três a 17 anos de prisão, enquanto 527 aceitaram acordos de não persecução penal, evitando a prisão em troca de multas e serviços comunitários. O impacto financeiro dos acordos já resultou em arrecadação de mais de R$ 1,7 milhão.

Votação STF

Quem são os atores e o que eles dizem

Fonte oficia: O STF, através dos ministros afirmaram que os atos “visaram abolir o Estado Democrático de Direito” e que a resposta judicial é necessária para “proteger as instituições”. Em sessão de setembro de 2023, o relator afirmou que “sem responsabilização, abre-se espaço para a repetição dos ataques”. (STF, 14/09/2023. Citação extraída de cobertura do STF; ver acórdão. [DADO AUSENTE: número da ação penal]) Alexandre de Moraes, tem enfatizado a importância de responsabilizar os envolvidos. Moraes afirmou que “a Justiça não pode ser conivente com atos que ameaçam a democracia” (STF, 2025)

Fonte crítica/oposição: Já os Críticos, incluindo apoiadores de Bolsonaro, e O professor Conrado Hübner Mendes (USP) critica a expansão da competência e o que chama de “supremocracia” mesmo em contextos de crise, alertando para riscos de precedentes que concentram poderes no STF. Em coluna e postagens de 2023, ele argumentou que “a defesa da democracia não autoriza um vale-tudo processual”. (Folha de S.Paulo, 2023; redes verificadas do autor, 2023. [DADO AUSENTE: links específicos]) os críticos argumentam ainda que as ações do STF são uma forma de perseguição política. Eles alegam que o tribunal tem agido de maneira parcial e que as condenações são desproporcionais

Especialista neutro: O professor Vinicius Santos, da Universidade Federal da Bahia, destacou que “o julgamento de Bolsonaro representa um marco histórico para nosso Direito e a nossa política”, enfatizando a importância de submeter ataques à democracia ao crivo da Justiça.

Análise e implicações

Os eventos de 8 de janeiro e a subsequente atuação do STF revelam uma luta contínua pela defesa da democracia no Brasil. A resposta judicial não apenas busca punir os responsáveis, mas também serve como um aviso a futuros desafiantes da ordem democrática. No entanto, a polarização política e as críticas à imparcialidade do STF levantam questões sobre a eficácia e a legitimidade das ações do tribunal, porém surge alguns questionamentos, será que o Supremo Tribunal não estaria extrapolando os seus poderes ao evocar a competência para o julgamento?

Conclusão

O 8 de janeiro catalisou uma resposta judicial robusta. Para uns, foi a reafirmação do compromisso constitucional do STF; para outros, um passo além dos limites desejáveis em um Estado de Direito. As duas lentes não se excluem: é possível reconhecer a necessidade de proteção institucional e, ao mesmo tempo, cobrar competência adequada, tipificações proporcionais e transparência. A melhor garantia contra recaídas é aplicar a lei de modo firme e estrito, com revisão crítica e controle público, assim À medida que o país avança, a forma como essas questões são tratadas continuará a moldar o futuro político do Brasil.

veja mais

veja do mesmo autor

+ There are no comments

Add yours